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14 de maio de 2015

Diferença Entre Perdão e Justificação

"Justificação, por exemplo, é mais do que perdão. Ambas são doutrinas referentes à salvação e intimamente relacionadas entre si. Entretanto, não são a mesma coisa.
"À luz da Bíblia, o pecador é perdoado por Deus, sem, todavia, ser considerado justo. Remitir as penas de uma lei a favor de um réu é uma coisa. Declarar que esse réu é inocente e justo, em face da lei, é coisa diferente.
"O perdão cancela a culpa, e as penalidades do pecado. A Justificação declara que as exigências da lei estão plenamente satisfeitas, e que o acusado é Justo.
"Perdão é ato soberano da livre graça de Deus. Justificação é ato judicial, resultante do acórdão de um Tribunal infalível, no qual os crentes são julgados e são encontrados sem culpa. Por isto, Deus os proclama Justos.
"Perdão, à luz da Bíblia e da razão, é ato negativo. Justificação é ato essencialmente positivo. Enquanto o perdão põe de lado a culpa, a Justificação declara a justiça.
"Pelo perdão, o pecador se despe dos andrajos vis dos seus pecados e das suas imundícies. Enquanto que a Justificação o adorna com as vestes talares da justiça de Cristo a ele imputada."17
O comentarista Lange afirma:
"Os versos 7 e 8 de Rom. 4 provam claramente que o perdão dos pecados faz parte da justificação; mas isso apenas como seu lado negativo, o que está inseparavelmente vinculado ao seu lado positivo, a saber, a imputação e a aplicação da justiça de Cristo, o que contém o gérmen e o poder da santificação."

Sobre a Justificação

"Isto ensinamos: que não somos justificados diante de Deus em virtude de nossos méritos e obras, senão que somos justificados gratuitamente, na virtude de Cristo, pela fé, crendo que Cristo morreu para expiar nossos pecados e por Seu intermédio recebemos o perdão dos pecados."
O Concílio de Trento teve como escopo principal combater a reforma, mas o debate número um do concílio, foi justamente a questão da justificação pela fé.

Lutero e a Justificação Pela Fé

"Lutero buscou alívio para o coração opresso, na renúncia e no afastamento do mundo, como monge, mas não o encontrou. Em 1500 encetou viagem a Roma, como delegado, esperando lá encontrar alívio do peso que o esmagava. Ao enxergar de longe a cidade, exclamou: 'Santa Roma, eu te saúdo!' Ficou, porém, decepcionado e chocado com a impiedade que lá encontrou. Pôs-se afinal a subir de joelhos a escada de Pilatos, apinhada de gente supersticiosa. Arrastou-se de degrau em degrau, repetindo a cada degrau suas orações até que uma voz de trovão lhe pareceu bradar dentro de si: 'O justo vive pela fé!' Ergueu-se imediatamente, viu a loucura de sua esperança de alívio mediante obras de merecimento. Uma nova vida seguiu-se a essa nova luz. Sete anos depois pregou ele suas teses na porta da igreja de Wittenberg e iniciou a Reforma."
Começou a ler intensamente a Bíblia e na carta aos Gálatas encontrou o ensino da justificação pela fé. Esta epístola de Paulo causou profunda impressão em sua vida, escrevendo o notável Comentário aos Gálatas, onde apresenta o pensamento central do cristianismo, a justificação do pecador exclusivamente por causa dos méritos de Cristo.
Outros estudiosos afirmam que ele descobriu a doutrina da justificação pela fé na epístola aos Romanos. Este pormenor não tem muita importância quando sabemos que Romanos foi uma expando de Gálatas, pois as duas cartas são bastante semelhantes quanto ao seu tema e conteúdo. Lutero em seu prefácio à Epístola aos Romanos escreveu:
"Esta epístola é a verdadeira obra prima do Novo Testamento, contém o mais puro evangelho, e é digna e credora não somente que o cristão a aprenda de cor, palavra por palavra, senão que a trate como o pão cotidiano da alma, porque é impossível que seja lida ou estudada demasiadamente, pois quanto mais alguém a maneja, mais preciosa chega a ser, e mais doce o seu sabor."
Todas as confissões de fé protestantes são unânimes em mostrar o que é justificação, como ilustra o Artigo IV da Confissão de Ausburgo: